Friday 24 March 2017

O Problema do Privilégio


Segue aqui um post escrito em novembro de 2015 no blog Keep Ypsi Black. Acho que fala muito sobre o problema de usar o conceito de privilégio como centro organizador dos movimentos anti-racistas. Não vou traduzir tudo, mas sugiro que vocês leiam, mesmo que têm que usar o google translate.

A tese principal da autora é isto:

"A política do privilégio tem feito a importante contribuição de sinalizar como as estruturas de opressão constituem quem somos enquanto pessoas. No entanto, à medida em que os rituais de confissão do privilégio evoluíram, eles mudaram nosso foco, da construção de movimentos sociais que visam a transformação global, para o auto-aperfeiçoamento individual."

Isto, porque...

"... a auto-reflexividade permite a constituição do sujeito branco / colonizador. As lutas anti-racistas / coloniais criaram um desconforto no colonialista que o colono / sujeito branco não pode, de fato, ser auto-determinante. Como resultado, o sujeito branco / colonizador reafirma seu poder através da auto-reflexão. Em particular, os povos indígenas e as pessoas de cor tornam-se a ocasião pela qual o sujeito branco pode auto-refletir sobre o seu privilégio. Se esta pessoa auto-reflete de forma eficaz, ele pode ser concedido o título de "aliado" e construir uma carreira de auto-reflexão. Como muitos na blogosfera têm comentado recentemente (veja, por exemplo, @prisonculture e @ChiefElk), um complexo industrial aliado  desenvolveu-se em torno da confissão profissional de privilégio."

Lembrando a tod@s que o conceito de privilégio entrou relativamente recentemente nos discursos políticos brasileiros, retirado em grande parte da internet americana, onde ele tem sido um conceito organizador de luta faz décadas.

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